O Bebê Recém-Nascido: Como um ser humano tão pequeno pode dar tanto trabalho? e muito amor também…

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Artigo elaborado pela Dra. Roberta Castro – Graduada em Pediatria, Mestra em Saúde Materno-Infantil e Doutora em Medicina.

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Depois de nove longos meses de espera, sonhando com cada momento futuro, o seu pacotinho fofo e cheiroso chegou e está com você! Mas, o que esperar do primeiro mês de vida do seu recém-nascido?

Para bebês recém-nascidos e de até três meses, dormir, mamar e ganhar colinho são o que realmente importam.

O tempo que você passa com seu bebê ajudará seu cérebro a crescer e a se desenvolver conforme ele começa a descobrir o mundo.

Nesse texto, eu vou conversar com você sobre o que esperar do seu bebê recém-nascido até que ele complete um mês de vida! Aqui eu vou te explicar o que é a tão importante e falada “teoria da exterogestação”, porque você precisa entender como ela funciona e como isso vai te ajudar a lidar melhor com seu pequeno tesouro!

Vou falar também sobre alguns pontos que deixam as mães (principalmente as de primeira viagem) bem ansiosas: choro, cólicas, aleitamento materno, sono, cuidados com o coto umbilical, banho, xixi e cocô, vacinas, segurança, crescimento e desenvolvimento cognitivo e motor.

Por fim, vou comentar um pouquinho sobre as perguntas mais frequentes que surgem sobre essa fase de vida do bebê.

A teoria da exterogestação

Alguns pesquisadores defendem a ideia de que o ser humano nasce muito imaturo, quando comparado a outros mamíferos (o cavalinho, por exemplo, já nasce praticamente andando).

De acordo com os cientistas, se o bebê humano passasse mais tempo na barriga da mãe para se desenvolver mais, não haveria espaço para ele passar pelo canal do parto, pois a cabeça seria grande demais.

Para o pediatra americano Harvey Karp, autor do livro The Happiest Baby on the Block (cuja tradução é: “O Bebê Mais Feliz do Quarteirão”), o choro do bebê acontece porque ele nasceu três meses antes do que deveria…

Como assim? Segundo a teoria da exterogestação (“gestação fora do útero”), o bebê passa nove meses na barriga da mãe, mas precisaria de, pelo menos, mais três meses para se desenvolver melhor.

Esses três meses a mais corresponderiam a um quarto trimestre de gestação que é feito do lado de fora da barriga da mãe. Isso explicaria o porquê de os bebês de até três meses serem tão dependentes dos pais.

Essa fase é muito importante para o desenvolvimento e crescimento do bebê, mas também de muitos desafios. Isso porque o bebê estava quentinho lá dentro do útero da mãe, no escurinho, em posição fetal, ouvindo os barulhos do organismo da mãe e, de repente, vem para o mundo aqui fora e essa transição não é nada fácil.

O bebê de até três meses demanda muito, chora bastante… Mas podemos acalmá-lo fazendo muitas medidas que possam fazer com que ele se lembre da vida intrauterina: colo nunca será demais.

Choro

O choro é a maneira que o seu bebê tem para se comunicar com a família, contar o que está acontecendo (suas necessidades) e chamar a atenção.

Muitas vezes, é difícil descobrir o motivo pelo qual o bebê está chorando. Mas, conforme ele vai crescendo, ele aprende outros jeitos de se comunicar. Alguns motivos pelos quais o bebê pode chorar estão listados abaixo:

• Calor;
• Frio;
• Fome;
• Fralda suja;
• Passou da hora de dormir;
• Tem alguma coisa incomodando (exemplos: tiara, boné, etiqueta na roupa, mosquito…);
• Cólica;
• Dor;
• Quer carinho.

Se seu bebê está chorando, aborde essas causas. Em caso de choro inconsolável, o pediatra deve ser avisado.

Cólicas

A cólica é uma causa de choro ou de agitação comum em bebês saudáveis. Pode ser prolongada e muito intensa.

Os pais costumam ficar muito desapontados com a cólica, porque o bebê sofre sem nenhum motivo aparente e nada parece consolá-lo.  

Em geral, a cólica acontece à noite e é nessa hora que os pais estão exaustos. Acontece em bebês com 15 dias de vida, mas principalmente aos 45 dias de vida.

Diminuem bastante por volta de 4 a 5 meses de idade, podendo se estender por, no máximo, 6 meses.

Ainda não se sabe o porquê de a cólica acometer os bebês. Mas alguns fatores que podem explicar o surgimento das cólicas são:

• O sistema nervoso e o sistema digestivo do bebê ainda são muito imaturos;
• As bactérias saudáveis do trato digestivo do bebê podem estar em desequilíbrio;
• O bebê pode estar mamando além ou menos do que deve;
• O bebê não está arrotando direito;
• O ambiente familiar está passando por um estresse.

A cólica pode acontecer tanto nos bebês que mamam só peito quanto nos bebês que não mamam leite materno.

No entanto, bebês que não mamam leite materno têm quase o dobro do risco de ter cólicas. E é importante lembrar que não se deve nunca interromper o aleitamento materno exclusivo com o objetivo de diminuir as cólicas.

Além disso, não existe nenhum estudo que mostre que a dieta da mãe está relacionada à cólica em bebês que não sejam alérgicos.

É importante ver quais alimentos a mãe refere como causadores de desconforto nela.

Muitas mães comentam que a redução de certos tipos de alimentos, como cebola, pimenta, alho ou repolho, melhora a cólica nos bebezinhos, mas atenção: isso não foi provado cientificamente.

Nunca é demais uma alimentação saudável. De todo modo, a mãe só precisa fazer dieta se ela amamentar um bebê que tenha alergia.

Medidas que podem aliviar as cólicas:

• Dar bastante colo e fazer contato pele a pele. O sling pode ser usado;
• Enrolar o bebê em manta ou cobertor, com os bracinhos bem confortáveis contra os lados do corpo e as pernas bem soltinhas e flexionadas para que o quadril possa se mexer (“charutinho” de bebê). Depois de enroladinho, pode colocar o bebê deitado no seu antebraço, com o estômago para cima

• Fazer “shiiii” no ouvidinho dele ou colocar um ruído branco;
• Fazer massagens no bebê, tipo movimentos de bicicleta com as pernas ou formando o símbolo “?” ou o sentido horário na barriguinha dele. Gosto muito também da Shantala, a partir de um mês de vida. A Shantala é uma técnica milenar de massagem indiana, que acalma, melhora o sono e ajuda a aliviar as cólicas do bebê;
• Dar um banho morno ou colocar compressas morninhas na barriga do bebê (só cuidado para que a temperatura não esteja quente demais para não queimar a pele dele).

• Evite locais com muito barulho ou aglomerações, luzes fortes e barulhos, como televisão. Sempre procure um ambiente tranquilo para ficar com o bebê. Uma musiquinha calma ajuda o bebê a relaxar;
• Evite dar leite demais para seu bebê, principalmente se ele mama fórmula. Mas, mesmo a aleitamento materno sendo em livre demanda, é importante que os pais observem os sinais de que seu bebê já está satisfeito e não quer mamar mais;
• Estabeleça uma rotina para banho, sono, passeio e outras atividades;
• Nunca dê para o seu bebê nenhum chá ou remédio e nem use ou troque a fórmula sem a orientação do pediatra;
• Descanse: pais cansados não conseguem dar a devida atenção a seu bebê. Peça ajuda!

Aleitamento materno

A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), do Ministério da Saúde (MS) e da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é que o aleitamento materno seja exclusivo até o sexto mês de vida do bebê e que seja mantido até os dois anos de idade.

Em alguns casos, é necessário complementar a amamentação com fórmula – converse com o pediatra, pois ele vai avaliar qual é a melhor fórmula infantil para o seu bebê. Além disso, os bebês não precisam beber nem água e nem chá até os seis meses de vida.

O bebê não nasce sabendo mamar e a mãe de primeira viagem, principalmente, não sabe como dar de mamar. Portanto, esse é um aprendizado dos dois.

Tenha calma! Vocês devem estar em um local tranquilo! Uma boa pega inclui: o queixo do bebê encosta no peito da mãe, ele precisa estar com o nariz livre para respirar e a boquinha do bebê deve estar bem aberta para ele não abocanhar apenas o mamilo, mas a aréola também (observação: ele deve abocanhar boa parte da aréola, mas não a aréola toda; existem mulheres com a aréola muito grande).

Lembre-se que o bebê começa a sugar de forma mais curtinha e só depois é que ele engata na mamada e suga mais lentamente. Independentemente da posição que você escolher, observe se o corpo do bebê está alinhado com o seu (barriga com barriga) e não torto no seu colo.

Eu gosto muito de explicar dois pontos importantes: nem todo choro é fome e o bebê nasce com o estômago pequeno! Isso significa que cabe pouca quantidade de leite na barriguinha dele. Dessa forma, ele fica cheio muito rápido.

Mas como o leite materno é de fácil digestão, o estômago esvazia rápido também e é por isso que ele quer mamar toda hora.

 À medida que o bebê vai crescendo, o estômago cresce também.

Para você ter ideia: no primeiro dia de vida, o estômago do bebê é do tamanho de uma cereja (cabem de 5 a 7mL de leite).

No terceiro dia de vida, o estômago tem o tamanho de uma noz, cabendo em torno de 22 a 27 mL de leite.

Com uma semana de vida, o estômago atinge o tamanho de um damasco (45 a 60 mL). Com um mês, tem o tamanho de um ovo grande (podendo armazenar entre 80 e 150 mL de leite).

Como saber se o bebê está com fome e quer mamar?

Alguns sinais importantes indicam que seu bebê está com fome e quer mamar:

• Choro intenso;
• Bebê agitado;
• Bebê que suga os próprios dedos;
• Pouco xixi (menos de seis fraldas por dia);
• Pouco ganho de peso ou perda de peso.

Como saber se o bebê está satisfeito e não quer mais mamar?

Amamentar demais pode fazer mal para o seu bebê. Veja alguns sinais de que ele já está de barriguinha cheia:

• Para de sugar;
• Empurra ou ignora o peito da mãe;
• Diminui a mamada (pode até dormir no peito);
• Fica mais distraído;
• Fica com as mãos relaxadas;
• Fecha a boquinha e/ou vira a cabecinha para outro lado quando sente o cheiro do leite;
• Distrai-se com facilidade.

Sono

Os bebês recém-nascidos e de até três meses são conhecidos como “come e dorme”. Esses bebês passam a maior parte do tempo dormindo: cerca de 16 horas por dia, e só acordam praticamente para mamar. Dormir é importante para eles, pois ajuda na fixação dos aprendizados e no crescimento.

O ambiente de sono do bebê precisa ser tranquilo e seguro! Um ambiente tranquilo é aquele que não possui elementos ou objetos que possam estimular o bebê, como brinquedos, móbiles, decoração na parede e muitas luzes (esses itens chamam a atenção e distraem o bebezinho, atrapalhando o soninho dele). A temperatura ideal do quarto deve estar em torno de 21 a 24°C.

Morte súbita

A segurança do ambiente protege o bebê da morte súbita, que é quando o bebê morre sem uma causa aparente.

A morte súbita acontece geralmente durante o sono noturno. É mais frequente entre 0 e 4 meses, mas pode ocorrer em bebês de até 1 ano de vida!

As causas incluem: um atraso na maturidade do tronco cerebral do bebê, cama compartilhada, ambiente muito quente, dormir de bruços ou quando a mãe fuma durante a gestação ou depois do parto.

Colchões muito macios, cobertores, travesseiros e protetores de berço podem obstruir a via aérea do bebê, assim como brinquedos deixados onde o bebê dorme. Apesar de serem fofinhos, esses objetos sufocam o bebê e não podem estar no berço. Os bebês devem dormir em um colchão firme e nunca em sofá, poltrona ou cadeira.

Cuidados com o coto umbilical

Durante a gestação, o cordão umbilical é responsável por fornecer nutrientes e oxigênio para o bebê que se desenvolve na barriga da mãe.

Depois que o bebê nasce, o cordão umbilical não tem mais função porque o bebê passa a respirar sozinho. É por isso que ele é clampeado e cortado da placenta.

Quando isso acontece, ele passa a não receber mais oxigênio, ficando um pedacinho mumificado que a gente chama de coto umbilical, que começa a secar e fica com uma aparência branco-azulada.

No segundo dia de vida do bebê, o coto começa a escurecer até ficar bem preto para se preparar para cair. De uma maneira geral, a queda do coto acontece por volta de 5 a 9 dias de vida do bebê. Entretanto, em alguns casos, pode demorar mais, em torno de umas três semanas. Não se preocupe porque, antes do coto cair, pode sangrar um pouquinho, e isso é normal.

É muito importante que alguns cuidados com o coto sejam tomados:

• Antes de mexer, deve-se sempre lavar as mãos com água e sabão;
• O coto deve ser mantido sempre limpo e seco para diminuir os riscos de tétano no recém-nascido;
• A limpeza do coto dever ser feita ao redor dele com um cotonete embebido em álcool a 70%, com movimentos circulares, até que toda a sujeirinha saia. O coto também deve ser higienizado com cotonete e álcool a 70%. Não tenha medo de mexer no coto, porque ele é um tecido sem vida. Se o tecido não tem vida, o bebê não sente dor;
• O umbigo do bebê deve ser higienizado a cada troca de fraldas, de preferência usando álcool a 70% três vezes ao dia (as fraldas devem ser trocadas sempre que o bebê fizer xixi ou cocô);
• Não se pode colocar nenhum objeto (como moedas e faixas) e nenhum produto (como pó de café) no coto;
• Mesmo que o coto pareça estar bem solto, nunca pode ser puxado;
• Depois da queda do coto, o umbigo começa a cicatrizar. Às vezes fica um pouco estufadinho, mas melhora sozinho na maioria das vezes; 
• Se a pele em volta do coto ficar vermelha ou se sair pus ou se tiver cheiro ruim, os pais devem procurar atendimento médico, pela suspeita de infecção. 

Banho

Tomar banho todos os dias é um hábito do brasileiro. Mas em muitos outros países, não é assim.

A SBP recomenda que o banho seja dado uma vez ao dia, podendo ser espaçado para a cada 3 a 4 dias, desde que pescoço, axilas e virilhas, coto umbilical e área de fraldas sejam higienizados diariamente.

Entre um banho e outro, a higiene da genitália pode ser realizada com o uso de algodão e água morna.

O banho pode ser dado mais de uma vez ao dia se o bebê morar em um lugar muito quente. Nesse caso, não se deve passar sabonete em todos os banhos e sim em apenas um, para não ressecar a pele do bebê, que é muito sensível.

Cinco a dez minutos já são suficientes para banhar o bebê, principalmente se a pele dele for muito sensível ou seca. A temperatura ideal da água deve ser entre 35 e 38ºC.

Se você não tem um termômetro para checar, coloque seu cotovelo na água e veja se ela está morna. Não pode ser quente, tem que ser confortável.

O banho pode ser dado a qualquer hora do dia! Só que é muito melhor quando é dado em um momento em que a mãe e/ou o pai estejam mais tranquilos e não serão interrompidos.

Ah, também é bom evitar dar o banho quando o bebê estiver com fome ou logo depois que ele mama. Alguns bebês ficam bem relaxados depois de um banho gostoso. Se esse é o caso do seu bebê, você pode usar o banho como parte de uma rotina do sono noturno.

Utilize sempre produtos com pH neutro ou próximo ao fisiológico, especialmente os que contêm umectantes ou emolientes, ideais para o uso em bebês, pois não retiram a camada de gordura e nem irritam a pele. É importante enxaguar bem a pele do bebê após o uso.

Banho de banheira

Essa é a forma mais clássica de banho no bebê. Os pais devem prestar atenção aos seguintes itens quando forem comprar uma banheira: se ela é segura e se tem certificação pelo Inmetro, se é de fácil de limpar, se é resistente e durável, qual é sua forma de esvaziamento e se a posição em que ficar será confortável para quem for dar o banho.

As banheiras com suporte são clássicas e estáveis, costumam ter um trocador associado e permitem ajuste de posição para o adulto. No entanto, podem ocupar muito espaço e não são portáteis.

As banheiras sem suporte podem ser de esvaziamento mais difícil porque parecem um balde. As banheiras portáteis costumam ser mais práticas, mas com uma durabilidade menor. E existem também algumas que são 3 em 1.

A família deve escolher a que se adequa mais ao seu orçamento e a sua rotina, com atenção aos itens acima. Outro ponto importante: se a água ficar com muito sabonete, esse produto vai ficar grudado no corpinho do bebê. Então, cheque sempre o esvaziamento da banheira e se haverá necessidade de usar água corrente ao final do banho de imersão, para evitar que o sabonete permaneça na pele.

Como medida de segurança, passe sempre o seu braço pelas costas do bebê, prendendo sua mão no outro bracinho dele, apoiando a cabeça dele no seu antebraço. Comece o banho lavando o rostinho somente com água, sem sabão.

A limpeza deve ser suave. Não se deve esfregar a pele do bebê com panos ou toalhas para não machucar. Se tiver alguma secreção seca nos cantos das narinas ou dos olhos, umedeça a região até que a secreção amoleça para que você consiga retirar. Depois, lave a cabeça com um sabão que seja especial para bebês.

De preferência, seque a cabeça do bebê antes de lavar o restante do corpo. Depois, deve-se imergir o corpo do bebê, com exceção da cabeça e do pescoço. Lave primeiro a parte da frente, depois as costas e, por último, o bumbum. Gire o bebê de forma que seu braço apoie o peito e o rosto dele. A mão fica presa embaixo do braço do bebê.

Banho de chuveiro

Pode ser dado desde o primeiro dia do bebê em casa. É o momento ideal para que o pai possa apreciar seu bebê e para que a mãe também possa descansar um pouco. O banho de chuveiro pode ser um mais difícil de ser dado pela mãe porque os bebês costumam querer mamar nessa hora, mas elas também podem dar sem problemas! Atenção deve ser dada à temperatura da água. Além disso, ducha muito forte pode ser desconfortável.

Sempre tenham cuidado com a segurança do bebê: a pele com sabonete escorrega. Portanto, sempre enxague bastante após passar o sabonete. Colocar o bebê em posição de arrotar durante o banho de chuveiro pode ser bem agradável no início ou no fim do banho, mas não durante pois pode dificultar a higienização.

Banho de balde (ofurô)

É uma excelente opção de relaxamento para o bebê, não devendo ser usado para a higiene do bebê. Recomendo que seja usado balde próprio. Pode ser usado balde doméstico comum, desde que não tenha a alça de metal, pois os pontos de fixação da alça no balde podem machucar o bebê. Pode ser incluído no ritual noturno de sono.

Xixi e cocô

Bebês hidratados e que mamam bem fazem bastante xixi (mais de seis fraldas ao dia). Bebês que mamam só peito podem fazer cocô após cada mamada como podem ficar até uma semana sem fazer cocô. Já os bebês que mamam fórmula podem demorar até 3 dias. Isso tudo é normal!

O cocô dos recém-nascidos e bebês de até seis meses é mole: isso porque eles não comem comidinha para formar o cocô mais durinho.  

O primeiro cocô é chamado de mecônio e deve ser liberado em 24 a 36h de vida (se não liberar nesse período, o pediatra deve avaliar o que pode estar acontecendo). O mecônio é grudento, tipo graxa preta ou verde-escura. Em algumas horas, a cor do cocô muda, variando de amarelo, verde a marrom. Essas são as cores normais.

Os pais precisam estar atentos e procurar o pediatra nas seguintes situações:

• Cocô branco, creme ou cinza: pode indicar problema no fígado;
• Cocô vermelho: indica sangramento;
• Cocô preto: indica sangue mais antigo, mais velho. Pode ser sangue engolido do mamilo da mãe, mas precisa ser comunicado ao pediatra para que ele avalie outras causas. 

Não se esqueça de que as fraldas devem ser trocadas sempre que estiverem sujas. Isso porque o xixi e o cocô irritam muito a pele do bebê e daí podem surgir as assaduras. É importante lembrar que a limpeza deve ser sempre de frente para trás (da genitália para o ânus). Use algodão e água morna (para o banho, use sabão infantil neutro). Deixe secar bem antes de fechar a fralda. Evite o uso de lenços umedecidos, use somente em caso de precisar sair de casa com o bebê.

Vacinas

Ao nascer, o bebê deve receber a vacina contra a hepatite B logo na maternidade. O ideal é que essa vacina seja aplicada em até 12 horas após o nascimento. Isso porque sua eficácia vai diminuindo conforme o tempo vai passando.

Outra vacina que o bebê deve receber é a BCG, contra a tuberculose. A BCG deve ser aplicada em dose única o mais rápido possível, nos primeiros dias de vida do bebê. Se não for aplicada na maternidade, pode ser feita no posto de saúde ou em clínica particular (geralmente precisa de agendamento nos postos de saúde – verifique com o posto mais perto da sua casa).

Com um mês de vida, o bebê não recebe nenhuma vacina. No caso de bebês que coletaram o teste do pezinho SCID/AGAMA, a BCG só poderá ser aplicada depois que os resultados saírem, mas sempre antes de 30 dias de vida.

Aqui estão algumas medidas de segurança para o bebê do nascimento até os quatro meses de vida, segundo a SBP:

Segurança

• Cuidado com queimaduras – preste sempre atenção à temperatura da água do banho e da mamadeira. Evite também que outros líquidos quentes e cigarros fiquem próximos ao seu bebê;
• O bebê pode se sufocar com facilidade, portanto nunca o deixe com cordões ou prendedores de chupeta ao redor do pescoço. Não usem talco na pele dele e nem perto dele;
• Se for usar chupetas ou mamadeiras, elas devem ser esterilizadas. Esvazie sempre a água quente que fica dentro antes do uso;
• Nunca manipule líquidos ou substâncias quentes e nunca cozinhe com o bebê no colo;
• Todos os brinquedos e objetos do bebê devem ser de acordo com a idade e possuir certificação do Inmetro. Cuidado com peças pequenas, pois o bebê pode engolir e sufocar;
• Por mais que os pets sejam da família, nunca deixe seu bebê sozinho com animais. E também, nunca deixe uma criança cuidar do seu bebê;
• Para viagens de carro, o bebê deve estar no bebê-conforto, de costas para o motorista. Cinto de segurança e alça devem estar travadas;
• Nunca deixe seu bebê de barriga para baixo sem sua supervisão! Bebês de até 1 ano devem dormir de barriga para cima! Além disso, é importante que os pais estejam atentos às possibilidades de queda da cama, trocador, colo, carrinho e sofá, por exemplo. Portanto, nunca deixe seu bebê sozinho para nada;
• Cuidado ao carregar o bebê no colo. Ao usar escadas e degraus, apoie-se sempre no corrimão e evite caminhar em pisos lisos, molhados ou escorregadios;
• Na hora do banho, certifique-se de separar tudo antes. Alguns acessórios de banho não são recomendados pela SBP: boia de pescoço ou outro dispositivo inflável (pelo risco de romper a qualquer momento), rede/assento de banheira e almofada de banho. No caso de banho de ofurô, o balde doméstico pode ser usado desde que não tenha a alça de metal, para não machucar o bebê. Cuidado também quando virar o bebê para lavar as costas: preste atenção para que o rostinho dele não encoste na água e ele não a aspire;
• Sono seguro – leia o item “Morte Súbita”.

Crescimento

Cada bebê cresce em seu próprio ritmo. Mas, em média, em um mês eles ganham entre 700 e 900 gramas e crescem de 2,5 a 4 cm. O perímetro cefálico (que é a medida da cabeça do bebê) aumenta cerca de 1,25 cm a cada mês.

É importante lembrar que todos os bebês perdem peso logo depois do nascimento. Não se assuste se seu bebê perder algum peso durante os primeiros dias de vida. Os bebês nascem com líquido extra e normalmente perdem até 10% do peso ao nascer. Bebês saudáveis geralmente voltam ao peso de nascimento em aproximadamente duas a três semanas.

Na maternidade, a equipe de parto pesa, vê o comprimento do seu bebê e o tamanho da cabecinha também. Ao longo dos meses, o pediatra vai acompanhar essas medidas em um gráfico. O que importa é que eles cresçam de forma consistente ao longo do tempo. Por isso, não compare o ganho de peso nem o crescimento do seu bebê com o de outros.

Picos de crescimento

Como o próprio nome diz, um pico de crescimento é quando o bebê cresce! Aliás, os bebês crescem muito nas primeiras semanas, meses e anos. Todo esse crescimento pode ser difícil e confuso para eles e para os pais também!

Nessa fase de picos de crescimento, os bebês costumam amamentar com bastante frequência! Mas como saber se o bebê está tendo um pico de crescimento? O bebê costuma ficar mais agitado! Então, esteja mentalmente preparada! Os picos ocorrem, aproximadamente, nas seguintes fases do bebê: 7 a 10 dias, 2 a 3 semanas, 4 a 6 semanas e também aos 3, 4, 6 e 9 meses!

Desenvolvimento cognitivo e motor

O sistema nervoso de um recém-nascido ainda está amadurecendo, mas os bebês fazer muitas coisas importantes! O bebê nasce com vários reflexos e a sucção é um deles. Dessa forma, assim que nascem, os bebês são capazes de sugar seu mamilo para mamar.

Se você também colocar o seu dedo na palma da mão do bebê, você notará que eles fecharão a mãozinha (e os pais ficam muito felizes e orgulhosos quando seus tesouros fazem esse movimento de apertar a mão).

Um reflexo presente nos recém-nascidos e que costuma ficar até mais ou menos os 3 meses é o reflexo de Moro: o bebê se assusta e estica os braços e as pernas, puxando-os para dentro. Além disso, se você colocar os pés de um recém-nascido em uma superfície sólida enquanto segura seu corpo, ele parecerá dar alguns passos (esse é o reflexo da marcha).

Como estimular o desenvolvimento do bebê recém-nascido?

Enquanto você cuida de seu bebezinho, converse, sorria e interaja com ele. Preste atenção na forma como ele se comporta. Você pode até revezar com ele nas conversas, rsrsrs. Dessa forma, seu bebê já vai aprendendo a se comunicar.

Algumas dicas:

• Coloque uma musiquinha suave e segure seu bebê, balançando levemente ao som da melodia. Escolha uma música suave ou canção de ninar e cante-a com frequência para o seu bebê. Assim, ele vai se acostumando com o som e com as suas palavras e isso é muito calmante para ele, principalmente em momentos de agitação;
• Leia ou conte uma historinha para o seu bebê;
• Sorria, coloque a língua para fora e faça outras expressões para seu filho te observar, aprender e querer te imitar.
• Use um brinquedinho para ajudar seu bebê a se concentrar e a seguir o movimento. Você pode também usar um chocalho para o seu filho tentar achar de onde vem o barulho;
• Pratique o tummy-time: Deixe seu bebê ficar algum tempo acordado de bruços para ajudar a fortalecer o pescoço e os ombros. Essa atividade deve ser sempre supervisionada (como eu falei acima, os bebês devem dormir de barriga para cima para evitar a ocorrência de síndrome da morte súbita).

Qual tipo de brinquedo posso usar para estimular meu bebê?

Os brinquedos devem ser simples e adequados à idade para estimular os sentidos da visão, audição e tato. Exemplos:

• Chocalhos;
• Brinquedos musicais;
• Espelhos de berço inquebráveis;
• ​​Brinquedos e móbiles com cores contrastantes e padrões. Fortes contrastes, como vermelho, branco e preto, curvas e simetria estimulam o desenvolvimento da visão do bebê. À medida que a visão melhora e os bebês ganham mais controle sobre seus movimentos, eles interagem cada vez mais com o ambiente.

Perguntas frequentes

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Veja também:

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